Junho é o mês dedicado a campanhas de prevenção e combate à doença. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Ceratocone afeta 150 mil pessoas a cada ano
Uma doença oftalmológica caracterizada pela mudança na estrutura da córnea, que se torna mais fina e curvada, lembrando o formato de um cone: assim é o Ceratocone, problema que afeta 150 mil pessoas a cada ano no Brasil. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o Ceratocone é também uma das principais causas de cerca de 13 mil transplantes de córnea realizados por ano no país. Ainda segundo o CBO, a cada 100.000 pessoas no mundo, de 4 a 600 desenvolvem a condição.
O Ceratocone surge entre os 10 e 25 anos de idade, podendo progredir até os 40 anos ou estabilizar-se com o tempo. Ele ocorre pela junção de dois fatores: genético (fragilidade da estrutura da córnea) e impacto do ambiente (principalmente o hábito de coçar os olhos). Os principais sintomas são: queixa de diminuição da visão na infância e adolescência, mudança frequente de óculos, hábito crônico de coçar os olhos, alergias (rinite alérgica, sinusite), olhos sempre vermelhos e inflamados, diminuição súbita da visão com dor, fotofobia e lacrimejamento, e aumento frequente da miopia e astigmatismo.
O diagnóstico do Ceratocone é feito através do exame oftalmológico associado com alguns exames de imagem da córnea, como por exemplo a tomografia de córnea, topografia de córnea, paquimetria e ceratometria. O tratamento varia desde a prescrição de óculos a teste de adaptação de lentes rígidas. Um dos tratamentos mais eficazes contra o Ceratocone é Crosslinking corneano, procedimento no qual é realizada uma intervenção de fortalecimento das moléculas de colágeno da córnea. “Evitar a evolução do Ceratocone é uma parte muito importante do tratamento, e isso conseguimos através do Crosslinking, no qual fortalecemos as moléculas de colágeno da córnea, evitando que ela continue se encurvando e afinando”, explica o oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, Dr. Peter Ferenczy.