Artigo – Do colo ao futuro: a transformação por meio do aleitamento materno

O leite materno é o alimento mais completo que uma mãe pode ofertar ao seu bebê. Ele traz inúmeros benefícios para a criança: além da nutrição, fornece também anticorpos que protegem contra doenças, previne alergias. Sem falar no contato com a mãe, que promove o vínculo entre mãe e filho. A amamentação traz benefícios à mãe, pois auxilia a contração uterina no pós parto diminuindo o sangramento e evitando anemia. A longo prazo a amamentação previne o câncer e também traz tranquilidade ao saber que está nutrindo seu bebê.

 

Para estimular o sucesso do aleitamento materno, os profissionais de saúde que atendem o binômio mãe-filho podem promover o contato pele a pele o mais precoce possível, e manter esse corpo a corpo por 1 hora se mãe e bebê estiverem estáveis, no que chamamos de Golden hour (hora de ouro). Neste período, a mãe produz o colostro, algo de grande importância para a alimentação inicial. No decorrer, haverá a produção do leite maduro durante todo período de amamentação.

 

O aleitamento materno deve ocorrer exclusivamente até seis meses de vida, sem a necessidade de ofertar outro líquido ou alimento. Após completar seis meses, deve-se introduzir alimentação, porém manter aleitamento materno por até 2 anos ou mais, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria.

 

Apesar do aleitamento ser algo comum na realidade da mãe, em algumas situações podem haver dificuldades e ser necessário auxílio para estabelecer a amamentação sem que haja dor, propiciando o ganho de peso do bebê. Posições adequadas, pega correta e dicas para facilitar o processo, podem ser auxiliadas na maternidade onde o nascimento ocorreu, pelo pediatra que está acompanhando o recém nascido ou uma consultora em amamentação.

 

Os problemas mais comuns que ocorrem são a dor e, posteriormente, as fissuras devido a pega incorreta da boca do bebê no seio materno, situação que melhora ao passar o colostro ou leite materno na aréola e no mamilo antes e após as mamadas e a correção da pega. A baixa produção de leite também é um fator preocupante, pois não permite o ganho de peso adequado e deve ser motivo para procura de um profissional de saúde. É importante também lembrar que cansaço e dormir pouco podem diminuir a produção de leite. Portanto, a mãe precisa de uma rede de apoio que a auxilie nos trabalhos domésticos e no cuidado com a família se houverem outros filhos.

 

Dieta

 

Uma das perguntas comuns no consultório é como a dieta da mãe pode influenciar a amamentação. A mãe deve procurar alimentar-se de maneira equilibrada, evitando excessos alimentares, não pulando refeições, ingerindo carnes magras, legumes, verduras, arroz e feijão, frutas como sobremesa e, em outros momentos do dia, não esquecendo de ingerir pelo menos 2 litros de água no decorrer do dia.

 

Após estabelecida, um momento crítico para a manutenção do aleitamento materno é o retorno ao trabalho, quando a mãe deve ser orientada a respeito das atitudes para manter a amamentação, como a ordenha do leite nos períodos longe do bebê, armazenamento do leite extraído e a oferta desse leite pela pessoa responsável pelo cuidado com a criança durante a ausência da mãe.

 

Mitos

 

Existem alguns mitos que devem ser esclarecidos. A amamentação cruzada (uma mãe amamentar o bebê de outra mãe) deve ser desestimulada, pelo risco das infecções que podem ser adquiridas por meio do leite materno. A mãe que sair para trabalhar ao retornar para casa pode amamentar seu bebê com o leite que ficou armazenado no seio, pois ele mantém todas as características que o tornam saudável.  É importante ter cuidado com medicamentos ingeridos, não tomar remédios sem o conhecimento do médico, pois alguns deles passam pelo leite materno e podem ser contraindicados durante a amamentação. Importante ressaltar que todas as dúvidas devem ser esclarecidas com um profissional de saúde capacitado.

 

Por fim, salientamos que todos profissionais de saúde, familiares e amigos tenham em mente a importância de incentivar o aleitamento materno e contribuir para que ocorra com sucesso, permitindo assim o desenvolvimento saudável não apenas da criança, mas da família, pois saúde é o bem estar físico, emocional e social do indivíduo e da sociedade.

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