Dados divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Censo de Educação Superior referem-se a 2020 e já refletem mudanças trazidas pela pandemia. Mas tendência de crescimento da EAD não é recente: nos últimos 10 anos, número de ingressantes na modalidade quadriplicou.
Em 2020, pela primeira vez na história, os cursos de graduação à distância no Brasil receberam mais alunos novos do que os presenciais, tanto na rede pública quanto na privada.
É o que mostra o Censo de Educação Superior, divulgado nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Segundo o balanço, dos mais de 3,7 milhões de ingressantes no ensino superior em 2020, 53,4% optaram pela modalidade à distância, enquanto 46,6% escolheram cursos presenciais (que só adotaram atividades remotas de forma provisória, por causa da pandemia).
São números informados pelas instituições de ensino em 30 de junho de 2021, a partir de estatísticas do ano anterior.
Influência da pandemia
A Covid-19 pode ter contribuído para o aumento do interesse por EAD (educação à distância): de 2019 a 2020, justamente na transição de anos letivos marcada pelo início da pandemia, o número de ingressantes nessa modalidade cresceu 26,2%.
Mas o próprio Censo mostra que é uma tendência observada mesmo antes da doença: nos últimos 10 anos, o índice de novos alunos de EAD aumentou 428,2%. Nas graduações presenciais, houve queda de 13,9% no mesmo período.
Perfil do aluno de EAD
De acordo com o Censo de Educação Superior 2020, considerando todos os alunos de EAD (não só os ingressantes), há um perfil mais comum: jovens de, em média, 26 anos, que cursam o grau acadêmico de licenciatura (ou seja, que querem atuar como professores).
Nos cursos presenciais, a idade média dos matriculados é inferior (21 anos), e o grau predominante é o de bacharelado.
Maior parte dos futuros professores está na EAD
Analisando os cursos de licenciatura, 59,3% dos matriculados estão estudando à distância. Ou seja: a maior parte dos futuros professores opta pela EAD.