Como incluir as crianças no planejamento financeiro da família

Das férias às compras do dia a dia, é importante que os pequenos participem de todas as metas definidas pelos pais

Um carro novo, o curso de inglês, férias na praia: quando um ano começa, junto com ele vêm muitos novos sonhos e objetivos. Entretanto, sem planejamento é difícil alcançar essas metas, principalmente quando elas envolvem grandes somas de dinheiro. Envolver toda a família – até mesmo as crianças – nesse planejamento é fundamental para que todos façam sua parte em nome de um destino em comum.

“Incluir as crianças no planejamento financeiro familiar é um passo importante para criar adultos que saibam gerir o seu planejamento de vida. Isso ensina a lidar com o dinheiro com sabedoria, equilíbrio emocional e um consumo mais equilibrado”, afirma o coordenador pedagógico da Conquista Solução Educacional, Fernando Vargas. Isso acontece porque as crianças são muito influenciadas pelo exemplo que recebem de pessoas próximas. Os pais e familiares, naturalmente, e logo depois os professores e profissionais da escola, são quem mais influencia nesses exemplos.

Educação financeira se aprende na prática, com ações e comportamentos cotidianos, de acordo com seu meio social. Para o especialista, a família é fundamental para que as crianças aprendam na prática lições valiosas sobre educação financeira. “Ao lidar com o dinheiro desde pequenos, as crianças crescem mais conscientes dos recursos que precisam para conseguir algo. Portanto, elas aprendem a tomar as decisões no presente e a planejar o futuro. Isso estimula o autoconhecimento e ajuda a desenvolver a autonomia”, explica.

Planejamento de toda a família

Quanto mais cedo for possível estabelecer um diálogo franco, simples e adequado à idade da criança, melhor. Isso vale para todos os temas, inclusive para assuntos de finanças. No entanto, é indispensável que discurso e prática andem lado a lado. De nada adianta ensinar que é preciso economizar e, ao mesmo tempo, ter quantidades excessivas de sapatos ou roupas, por exemplo.

Para desenvolver rotinas de economia financeira, os pais podem estabelecer hábitos diários como a economia de luz e de água. “É possível planejar metas de redução e o valor economizado pode ser usado para benefício da família, como uma viagem ou um passeio no final da semana. Gosto muito da transparência no diálogo e nos dados porque, com ela, a responsabilidade de cada um é exercida e a criança se percebe importante como indivíduo”, detalha Vargas. Também podem fazer parte dessas práticas as rotinas nas tarefas domésticas e a valorização de cada pequena conquista dos membros da família. Esse tipo de estratégia ajuda a desenvolver o senso de prioridade das compras.

O que é preciso considerar no planejamento financeiro do ano?

O planejamento financeiro familiar é a projeção de gastos e receitas de uma família, o que permite ter uma visão geral da situação econômica. Com ele, é possível identificar para onde vão os gastos e analisar o que pode ser feito para que a família possa nortear seus objetivos. Dessa forma, fica mais fácil evitar o endividamento.

“Sugiro para a criança uma lista de gastos que possam ser priorizados para objetivos de curto, médio e longo prazo. Assim, ela entenderá o motivo de cada negativa ao pedir algumas coisas que não podem ser compradas naquele momento. Tente substituir a negativa pela pergunta: ‘como?’ Em vez de dizer ‘não pode’, troque por ‘como podemos nos planejar para comprar isso?’”, destaca Vargas.

Segundo ele, essas são oportunidades para mostrar como a criança pode fazer um bom uso do dinheiro e quanto vale o esforço de economizar. “Reforce que, no momento certo, com planejamento, ela terá seus pedidos atendidos, mesmo que demore um pouco. Lembre-se de que você está ensinando seu filho a controlar as finanças para que ele entenda o valor real do dinheiro. Afinal, alcançar objetivos de longo prazo exige esforço”, finaliza.

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