Projeto de intercooperação, produz 65mil litros por ano, envolve 49 famílias produtoras e mais de 60 hectares de uvas cultivadas nas regiões dos Campos Gerais e da Grande Curitiba
Conhecida nacional e internacionalmente por seus premiados queijos finos, a Cooperativa Witmarsum, de Palmeira, vem ganhando destaque por um outro produto: o suco de uva tinto integral. A bebida é fruto de um projeto de intercooperação de viticultura com a Cooperativa Cooperante, que envolve 46 produtores locais. Até o momento já são mais de 60 hectares de uvas – do tipo americanas bordô – cultivados nas regiões de Campo do Tenente, Lapa, Mandirituba, Pién, Rio Negro e Palmeira, que são destinados para a produção do suco.
Com 65 mil litros envasados por ano, o suco tem no modo de produção um de seus diferenciais. Ele é feito a partir de extração enzimática contínua, um processo moderno que resulta em um suco de alta qualidade, com maior rendimento e eficiência, preservando as características sensoriais como cor, aroma e sabor, além de reduzir o consumo de água e energia quando comparado com métodos tradicionais.
Comercializado na loja da fábrica e no supermercado da Cooperativa Witmarsum, o suco pode ser encontrado também em redes de supermercados nas cidades de Ponta Grossa, Palmeira, Curitiba e Região Metropolitana. Segundo o diretor de operações da Cooperativa Witmarsum, Rafael Wollmann, a diversificação da atividade da cooperativa foi algo que agregou valor na parceria com a Cooperante na produção do suco de uva. “Oportunizar a diversificação de atividades para nossos associados foi o principal motivador do projeto suco de uva. E introduzir uma nova atividade agrícola, com outro foco, saindo da relação do commodity, para ter mais valor agregado, oportunizando acesso a mercados diferentes”, explica Wollmann.
O diretor destacou também o papel da agricultura familiar como algo importante no processo produtivo. “Hoje, todas as famílias participantes são da agricultura familiar. Algumas com mais ou menos áreas, mas todos são representantes da agricultura familiar. E isso nos deixa satisfeitos porque vai além do cooperativismo, reforça a nossa responsabilidade social com o desenvolvimento econômico local”, ressalta. Ele ainda explica que ter essa possibilidade de outras rendas para além da pecuária leiteira e da agricultura de comodities é, principalmente os filhos – que vão ser os sucessores, uma garantia de renda, visto que a viticultura é uma cultura para 30 anos, 40 anos.
Na família do agricultor Antônio Valdecir Ceve, todos ajudam no manejo do parreiral implantado em um hectare da propriedade da família. “Trabalhar com a uva é muito gratificante, e um trabalho gostoso de fazer. Aqui somos eu, a esposa e os nossos filhos, e cada um tem sua função no cuidado com as uvas”, explica Ceve.
Intercooperação: Todo mundo ganha!
Para o Superintendente Executivo na Cooperante, Gilson Hollerweger Fernandes, o projeto de intercooperação com a Cooperativa Witmarsum vem trazendo ótimos resultados, além do importante reconhecimento do consumidor. “Além de todo o conhecimento que, nós como cooperativa, estamos adquirindo com a expertise em varejo que a Witmarsum já tem com os queijos finos, para os nossos associados é uma garantia de renda. Para a Witmarsum é o ganho de conhecimento em uma cultura nova além da alternativa de renda para os associados dela. E para o consumidor é um aval de qualidade, porque nosso suco é produzido com o mesmo cuidado que é dedicado na produção dos queijos finos. Então, o que temos como resultado é o ganha-ganha de todos os envolvidos no processo, desde o produtor até o consumidor”, finaliza.